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Mostrando postagens de abril, 2016

Convencer-me de quem eu sou

Aquele dia quente, bruto e selvagem chegou arranhando a garganta apertada. Refazendo os passos mal dados dentro das diversas praças. A correria feia das pessoas ao redor, os sons malucos que vinham de diversos lados, risos perturbados, gritos e olhares exaltados. Aquela confusão toda corria nas veias, "será que", "se eu fizer", "não acredito", "estúpida". As palavras corroíam o sangue pulsante e feroz, a cabeça girava junto com o peito vibrante e fugaz. Era tudo incapaz, era tudo um ato ridículo, impensado, impulsionado. As botas sujas de terra, urina, bebidas e aquela areia fina da praia. A blusa querendo sair, correr da pele, nada disso cabia ocorrer ali. Nada disso cabia ocorrer aqui dentro. Eu sou iníqua, um monstrinho com dentes tortos, uma pessoa que não mede consequências e alguém que se perde no inexistente. Aquele dia apagou todas as convicções do certo e errado. Tudo é errado. Tudo. As escolhas feitas, o perfume usa