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Mostrando postagens de outubro, 2010

Sempre do mesmo jeito.

Mais uma vez ela se foi e só um bilhete ficou em seu lugar. Eu acordo e o quarto está sempre vazio.  - Isso não é sério Douglas, não viaja. - é o que ela sempre diz, sorrindo e me puxando para seus braços. E eu continuo cedendo. Mais uma vez. Leio o que está escrito, como  sempre, ela diz que adorou a noite, mas não está aqui, para comigo, contemplar o dia. Ela nunca está. Devagar lembro da noite passada, ela estava com um salto alto, que a deixou tão sem jeito, vestia uma blusa larga e um short jeans curto. Bruna sorri lentamente, perguntando como foi meu dia e dizendo como foi o dela.  - Chato, como sempre. - ela diz, já tirando a sandália, massageia levemente os pés e olha pra mim. - Você está bonito hoje. - comenta e começa a olhar ao redor. Vai ao espelho, encarando o lápis que escorre de seus olhos, retira o excesso e sorri novamente pra mim, eu, completamente sem jeito, devolvo um meio sorriso, ela suspira.  - Sempre o mesmo. Douglas quando você vai parar de agir assim? -

Meu adeus

Você está aqui, agora, mas eu terei que ir. Não voltarei. Por isso o meu adeus. É difícil olhar seu rosto e dizer algo desse tipo. Mais uma despedida. Pra você. Pra mim. É duro pensar que é a última vez para nós. Depois de tudo, esse vai ser o nosso fim. Que a felicidade te encontre. Que você se torne o que tanto quer. Mas eu preciso ir. Preciso me encontrar. E dessa maneira te deixo... Adeus. Inspirado, totalmente, na música: Goodbye da Jessica Lowndes.

Nosso verão

 Dez horas da manhã. Você está deitado ao meu lado. Seu cabelo bagunçado está refletido pelo sol.  Uma respiração calma.  Algumas rugas saltam do canto de seus olhos. São lindas.  Vejo seu peito subir e descer. Seus músculos relaxados te deixam tão gentil. É hora de levantar.  Temos a praia, o lago, a trilha e o mar.  Devagar saio da cama e visto meu biquíni. É verão, férias e estamos juntos.  - Bom dia. - você diz em meu ouvido. Uma onda de arrepios atinge-me.  - Bom dia. - respondo. Virando-me e lhe dando um beijo na boca. Tão doce.  Você veste um calção folgado, ressaltando os músculos do seu quadril. Sua beleza me excita.  - Pronta? - você pergunta. Sorrindo e com uma mochila sobre o ombro.  - Ok. Tudo por você. - rapidamente visto um short e calço meu tênis.  Você preferiu a trilha. O suor pingava em meu corpo. Estava cansada, mas você ainda sorria.  - Estamos perto? - pergunto, sem fôlego.  - Sim. - você responde e segura minha mão.  A visão que tive parecia o pa

Meu alguém.

Pego sua mão, silenciando nossa conversa. Elas suam juntas e eu rio, de você. De mim. Seguro seu rosto, acariciando suas feições. A beleza consiste em sua pele, sussurrando uma melodia própria. Seus olhos tristes me encaram, nossas conversas se formam em algo sólido, próprio. Meu melhor amigo. Meu vício. Meu amor. Meu terror. Minha maior preocupação. Te beijo de leve e coro. Eu te amo... Te amo, quero repetir. - Nos vemos amanhã? - você pergunta. - É... Te vejo nos meus sonhos. - respondo. - Até amanhã.- você diz. Não liga, se retira, e eu fico aqui. Meu melhor amigo. Será que sou apaixonada por ti?

As 10 coisas ...

  Me pediram para enumerar as 10 coisas, razões que tive para odiar ele. Bom, é simples.   A primeira é que ele se tornou algo surreal , tão surreal que não posso tocá-lo , e essa é a segunda razão. Terceiro , ele  não me liga mais , noites e noites eu esperava ouvir sua voz, e então, de um dia para o outro, sumiu, não me ligou, saiu do mapa.    Quarto , a maldita voz dele , melodia incontestável que me seduzia, eu não a escuto mais. Quinta, o sorriso , eu odeio ele, de um modo que se eu contasse, seus pais se assustariam.    Sexto motivo , as aulas, é, ele não senta mais ao meu lado, isso me irrita. Sabe por quê? Porque agora eu virei uma nerd, e ele sabe que eu não sou assim. Sétimo , eu simplesmente odeio as gírias bregas dele , deixa-o de um modo geral um pouco rudimentar e um garoto velho. Oitavo , o modo como agora trata os pais dele.  Eles o amam sabia? Mas ele os ignora, anda inerte, afogado, não fala mais.    Nona coisa , ele está aí, deitadinho e calado agora e não me

Já faz tempo. Eu sei.

 Fortaleza. 07 de Setembro de 2010.       Fui visitar você ontem a noite, encontrei algumas tulipas em seu espaço. Não eram minhas se quer saber.       Vi um dos seus filhos hoje. Ele está tão bem, mesmo não demonstrando, eu sei que mesmo assim sente sua falta.       Tio, não fui uma sobrinha muita próxima, mas já fazem cinco anos hoje, que não está aqui, devo admitir que sinto sua falta. Eu me lembro tão bem da última vez que o vi. Estava tão calmo saboreando seu sorvete e rindo com sua mãe, minha avó. Naquela mesma noite soubemos do seu pior erro, transformou sua vida em morte. Eu quis chorar. Vi lágrimas por todos os lados, mas não saia nenhuma de mim. Eu não o conhecia bem, seria por isso?       Vi você deitado em um caixão, olhei seus olhos, estavam distantes, perdidos, cheios de escuridão. Hoje, escrevendo essa carta, sinto as lágrimas apertarem minha garganta, as lágrimas que eu devia ter derramado por você. Você sabe que amo seus filhos, meus primos, mas isso não impede as

Ela

Ela se prende nas cordas soltas, e sperando que alguém venha salvá-la. Mas por quê? Ela não consegue ver como a vida foi injusta e se ela morresse ali não ia ser lembrada. Seu choque foi tamanho. Eu não vou ser lembrada, pensou. Tentou sair das malditas cordas, mas foi em vão. Uma se prendia ao redor do seu pescoço, quanto mais se debatia mais apertava. A injustiça de seus pensamentos lançavam lágrimas em seu rosto mágico, com uma incrível beleza. Por quê?  Será que vão me odiar pelas escolhas que eu fiz? ,  se perguntou. Ela não sabia responder. Tentou novamente sair das cordas que a envolviam. Prometeu a si mesma que melhoraria. Que amaria e retribuiria. Cansou de lutar, faltava-lhe ar. Parou. Chorou. As lágrimas se desfizeram em seu corpo. Será que vou sair daqui algum dia?, já se desesperava. Até que ela ver alguém correr na sua direção, alguém desconhecido. Retirou-a de lá e ela agradeceu, já agia como antes, então lembrou da sua promessa. Tratou de conhecer aquele a quem a salvar

Tangível

Quando eu olho pra você. E vejo ela em seus olhos. Eu penso: ele está apaixonado. Quando eu toco em você. E você sorri. Eu penso: foi só um toque. Quando conversamos. E você fala dela. Eu penso: é só ela e ninguém mais. Quando rimos. E você me olha. Eu penso: deve ser bem melhor com ela. Quando eu choro. E você me abraça. Eu penso: por quê? Quando nos abraçamos. E você aperta tão forte. Eu penso: como seria com ela? Ela e você. Como seria comigo? Eu me pergunto. Eu não o amo, eu sinto isso. Mas eu gosto de você comigo, eu gosto do seu riso, do seu abraço, até gosto quando fala dela. Eu apenas me pergunto. Como seria comigo? Uma pergunta que nunca será respondida. Eu não me arrependo por não ser nós. Fico feliz por ser vocês.

Erro

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garota em sacada É inútil acreditar que nunca fiz nada. Porque eu sei que fiz, mesmo não querendo. Olhar para o horizonte, fixar-me em algo sólido, é algo que eu faço de vez em quando, tentando tirar todos os pensamentos inoportunos de mim.  Quando você estava aqui, tudo era mais fácil, esquisito talvez, mas fácil. Te perder de uma maneira estúpida, dói aqui dentro, do jeito que eu sempre vi todos aqueles atores interpretarem, do jeito que eu vi naqueles filmes que eu dizia que era bobagem.  Eu fiz a minha sorte com você e joguei do lado errado, apostei e errei.  Eu sou o erro, tento consertar-me a cada dia. Eu fiz algo mesmo não querendo, eu sei que fiz... eu disse não te amo, não te quero, me deixe ir. Mas não era bem isso que eu estava pensando, por isso estou aqui hoje, tentando me livrar de tudo que você me trouxe e de tudo que eu causei,  porque eu perdi você e a culpa foi somente minha, porque eu sou o erro e sempre serei.