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Mostrando postagens de junho, 2010

Dor

Era noite e eu esperava que ela me cegasse, que tirasse o que castigava minhas costas. Mas meus olhos já vermelhos não descansaram, eles estavam cheios de uma imagem só: a dor. A dor que você quando se foi, me deixou.  Não era uma dor qualquer, ela dilacerava meu coração, os batimentos já tão baixos ficaram lentos e me incomodavam, invadiam meus ouvidos como um tique-taque prestes a acabar. A noite ficou longa e o vento que surrupiava era o único som. Eu estava só. Não só o bastante para poder rasgar meu corpo, já tão ferido, e tirar aquilo que me fazia sangrar, pois aquilo era minha companhia.  As horas passavam e eu não consegui sair dali, daquele calçada, daquela rua deserta. Meus olhos não fechavam, como um vício.  O passado de nós dois era meu passe para a noite em claro, a dor se acalmara dentro do meu peito, minhas costas já estavam leves o bastante para poder me esticar e não sentir a pontada em meu peito. Eu sorri em meio a escuridão, viajei nas minhas lembranças e não quis vo

Não vou mais

Eu não vou mais segurar sua mão despreocupadamente, porque agora seria injusto para os outros olhos. Não vou mais rir de suas palhaçadas, porque seu riso não será mais meu. Não irie mais dizer eu te amo, porque as palavras poderiam machucar alguém, que não seria eu. Não vou mais te abraçar como antes, porque teu abraço não será o mesmo. Você vai estar longe, e eu vou querer estar perto, mas assim vou perceber que aos poucos te perdi. Uma perda injusta, porque cada pedaço seu tem escrito meu nome, cada pensamento tem uma marca minha, e em cada sonho tem o meu sorriso, incomparável. Mas você não é mais meu e eu não vou mais poder ou dizer algo pra você.